top of page

Viaje sozinha e enfrente os seus medos!

Atualizado: 18 de jan. de 2019



Viajar sozinha a primeira vez para outro país, é bem diferente que viajar dentro do seu território nacional. É uma experiência nova que te ensina muitas coisas. Mais que isso, te faz enfrentar os teus medos todos os dias. Acredito que para nós mulheres, acaba se tornando um pouco mais difícil. Não apenas pelo fato de ser tudo novo, algo completamente desconhecido. Outros costumes, outra cultura. Cada um, reage de uma maneira.


As primeiras duas semanas, me desafiaram a enfrentar os meus próprios medos. Para algumas pessoas, pode ser que seja algo bobo. Mas para mim, foi algo que acabou me marcando de certa forma. Me sentia insegura para andar sozinha na rua, lugares fechados, ficar sozinha... Não por ser uma cidade perigosa. Claro, que devemos estar sempre atentos. Mas talvez, porque venho de uma cultura diferente. Venho de uma região pequena, norte do Brasil, estado do Tocantins. É o estado mais jovem do país. Se olharem no mapa, vão ver que fica bem no coração do meu Brasil.


Aqui, as pessoas me perguntam de onde sou, e quando falo que sou do norte do Brasil, ninguém conhece. Tão pouco ouviram falar. Alguns até brincam, que talvez eu seja a primeira tocantinense a viajar para a Argentina. Acredito que não. Realmente o turismo do estado ainda é pouco explorado. Mas tem uma diversidade de lugares incríveis para conhecer. Como o Jalapão, que hoje, vem se destacando cada vez mais como uma dos lugares mais lindos do Brasil. Se tornando referência para os mochileiros da estrada.





No Tocantins, vivia na cidade de Tocantinópolis, localizada no bico do papagaio. Sendo que depois uns anos, acabei me mudando para a capital, Palmas. Tocantinópolis, é uma cidade pequena, com pouco mais de 23 mil habitantes. Cresci correndo solta na rua, de pé no chão. Aprendi desde cedo a valorizar as coisas simples da vida. Lição dada pela nossa matriarca da Família. Minha querida vó Valdeci, essa índia guerreira que criou sozinha os seus 11 filhos e ainda ajudou criar os netos, quebrando coco babaçu. Carrego com imenso amor, orgulho e gratidão pela criação e ensinamentos valiosos que ela me deu.


Hoje quando me sentei em frente o computador para escrever esse texto, me veio uma nostalgia, senti uma saudade imensa dela, de casa (Brasil). O que também nos ensina, a valorizar quem somos, e de onde viemos. As nossas origens, a nossa terra.


Por isso, decidi escrever esse texto para compartilhar com vocês, minha experiência de medo e aprendizado.





Torre Tanque, Mar Del Plata Argentina 12 de Janeiro de 2019


Diário de Bordo


Viajar faz com encare o teu medo frente a frente. Há duas possibilidades. Desaba, ou transforma. A escolha é sempre sua. O que você faz?


Não é nada fácil, mas me esforço muito para transformar os meus medos em coragem para seguir adiante.


A sensação que tenho agora, é que a qualquer momento vou desabar. Paro, busco fôlego, tento respirar e não consigo. Olho atentamente, esperançosa de encontrar quem sabe uma pequena brecha com ar fresco. Nada.


Puxo fôlego , inspiro, e repito mentalmente, "Calma, falta pouco."

Sinto meu mundo girar, minhas pernas cambalearem, meu coração num ritmo acelerado, que chega me fugir as palavras para explicar. Me falta ar.


O desespero chega. E não sei quanto tempo irei aguentar. Olho adiante, uma janela. Ah! está fechada, merda! Trágico. Quanto tempo nos falta?


Bem pouco. Ele responde. Me encoraja: Vai, aguenta firme, você consegue!


Tento. Mas sinto-me fraca.


Estamos chegando, ver?


Ele tem razão. Busco me concentrar na paisagem lá fora.

Mentalizo que está tudo bem. Falho terrivelmente.

Eu. Não. Consigo. Respirar. Tenho. Sede. ÁGUA, por favor!

Ah, não temos mais água...


Confia, vamos lá! Faltam apenas dois degraus. Diz ele.


Meu desespero aumenta. Alguém abre a janela. Me sinto tão fraca.

Uma sensação feia, que jamais havia sentido antes, estranha.

Medite menina, Inspire profundamente, se concentre na sua respiração.

Uma voz interna, busca me acalmar.


Á escuto. Busco força para meditar...

E quando finalmente ergo a cabeça lentamente e respiro aliviada. Chegamos!

Finalmente consigo respirar! A vista. Que por um momento havia me esquecido!

Essa é a Torre Tanque, estou há 88 metros de altura. Aqui de cima, temos uma vista panorâmica privilegiada de toda a cidade.

Á janela do meu lado direito, tem uma vista da orla. O sol indo embora, mar aparentemente calmo, pouco vento. Era tudo que precisava. Ele é o meu verdadeiro refúgio, a minha calma. Miro sorrindo largamente para o horizonte lá fora, grata pelo meu privilégio.




Essa sou eu, feliz e grata por mais uma vez ter conseguido superar meu medo. Ter conhecido uma das belezas medievais dessa linda cidade, Mar Del Plata. Espero que tenha gostado de ter embarcado nessa aventura comigo, nos vemos em breve! Ah, se você tem alguma curiosidade e também pretende conhecer essa região, ainda estou por aqui, vou ficar muito feliz em ajudar. Podem me procurarem nas minhas redes sociais, ou até mesmo aqui no blog. Beijo gigante! Boas viagens!


52 visualizações1 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page